Futuro do Hospital de Iguaçu deve ser definido a partir de um grande debate público
Hospital de Iguaçu, mantido pela Associação Caridade Hospital de Iguaçu, durante muitos anos favoreceu muitas pessoas de baixa renda. Mesmo tendo sido referência para a cidade, a Associação de Caridade Hospital de Iguaçu há quatro anos encontra-se fechada por conta de situação precária por total abandono. A falta de verba, fato ocorrido no governo do ex-prefeito e hoje Senador da República,Sr.Lindbergh Farias,fez com que o atendimento fosse suspenso. Um dos problemas foram os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) que pararam de chegar à administração do Hospital.
Com uma tradicional referência em maternidade na Baixada, o Hospital de Iguaçu está no centro da discussão entre governo municipal e federal pela sua reabertura. Porém, no dia 20 de setembro, foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu dois decretos os de número 10.017 e 10.018 assinados pelo prefeito Nelson Bornier. Segundo o prefeito no decreto 10.017 o imóvel que abrigava a Associação de Caridade Hospital Iguaçu encontra-se em total estado de abandono, oferecendo iminente perigo público, por conta inclusive da ocorrência de possíveis danos ambientais, em razão da presença de lixo hospitalar mantido de forma inadequada em suas dependências.
Mesmo com mais de 78 anos de existência a Associação de Caridade Hospital de Iguaçu não conseguiu sobreviver à crise econômica que já existia na parte interna administrativa. O hospital foi uma das principais maternidades da região. O encerramento das suas atividades deixou à população iguaçuana sem referência de maternidade “A saúde de Nova Iguaçu, aos poucos foi diluindo. Na década de 90, as pessoas tinham mais opções havia o Hospital São José e a própria Associação de Caridade Hospital Iguaçu. Atualmente nós temos o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) com superlotação e isso dificulta o atendimento. Nossa saúde pública está sucateada,o Hospital de Iguaçu é um patrimônio para nós iguaçuanos. Sua construção é histórica e está localizado em um lugar nobre.Não sou contra a idéia da desapropriação ou privatização, com tanto que seja preservado o patrimônio público dos cidadãos iguaçuanos.”,disse o Dr. Thales Cardoso de Matos,cardiologista e clínico geral. A preservação do Hospital de Iguaçu tem sido um dos assuntos constantes para o povo iguaçuano “A situação do Hospital de Iguaçu é muito delicada. Muitas pessoas que fizeram parte do Hospital já faleceram. Existiu uma rica história durante todo esse período. Minha mãe foi voluntária costurando lençóis e cobertores durante 15 anos para o Hospital. Eu acho que antes de ser desapropriado deveria ser discutido com todos aqueles que estão envolvidos com o Hospital de Iguaçu e até mesmo os empresários iguaçuanos e a Associação de Moradores.Essa questão deve ser aberta e discutida em um fórum com pessoas da área da saúde, e até mesmo da área da educação. Não é para ser discutido com um grupo pequeno. Afinal nós estamos falando de um patrimônio que pertence a cidade de Nova Iguaçu.” ,falou o Dr. Thales. A população sente falta do atendimento na parte da maternidade e ortopedia “É um desastre e um absurdo um hospital tradicional ser desapropriado. Deveria ser reativado. A nossa saúde está no CTI, está moribunda. Ao invés desapropriar deveria fazer um serviço ambulatorial, o local tem dependências grandes para fazer internação de pacientes. É um equívoco total do prefeito, é jogar toda a história da cidade no lixo. Se ele quiser ter uma boa aprovação do povo em sua gestão política que não venha desapropriar o Hospital de Iguaçu. Isso é lamentável! Tenho meu repúdio total. Ele está mexendo com toda população iguaçuana.”,concluiu o Dr. Silvano,cardiologista.