Falta de espaço em casas lotéricas dificulta operação bancária alternativa
Muito movimento e pouco espaço. Assim tem sido para os usuários das casas lotéricas que todos os dias enfrentam filas para pagarem as suas contas. Numa cidade já congestionada por absoluta falta de espaço urbano que possibilite uma maior e melhor mobilidade aos milhares de iguaçuanos que se movimentam diariamente no centro comercial da cidade, as casas lotéricas, como pontos desde há muito tempo credenciados pela Caixa Econômica Federal como alternativa de várias operações bancárias, estão provocando em Nova Iguaçu uma verdadeira briga sobre a falta de espaço de suas instalações. Este fato motivou a reportagem do CL que percorreu a maioria das lojas localizadas na zona comercial de Nova Iguaçu. Aproximadamente são 25 casas lotéricas espalhadas pelo centro de Nova Iguaçu. Algumas com pequeno espaço para receberem os seus clientes “O poder aquisitivo é pouco, nosso lucro é pequeno, não nos dá condições de adquirirmos um espaço maior para acomodarmos os nossos clientes. Os aluguéis das lojas são muito caros, por isso não alugamos um espaço maior. O lucro da lotérica não nos permite. Gostaria que meus clientes fossem beneficiados com conforto e comodidade. A maioria das lojas tem o mesmo tamanho. Na década de 90 começamos a receber todos os tipos de contas a parti daí tem facilitado muito aos clientes no pagamento de suas contas. As lotéricas oferecem aos clientes abertura de poupança, pagamento de fundo de garantia (FGTS) no valor de até R$ 1mil, entre outros serviços. Uma das coisas que não estamos satisfeitos é que as casas lotéricas só podem receber boletos de até R$ 700 reais. A exceção fica por conta da CEF, os boletos continuam com o limite de até de R$ 1 mil,se forem pagos em dinheiro ou em cheque de até R$ 2mil. Todas as lotéricas estão reivindicando o recebimento de valores de outros bancos.”,disse Álvaro Coutinho, casa lotérica na Marechal Floriano,Nova Iguaçu. A quantidade de pessoas que pagam suas contas nas casas lotéricas tem crescido a cada dia “Deveriam abrir mais casas lotéricas em Nova Iguaçu , principalmente no bairro Jardim Alvorada onde eu moro. Tenho que vir para o centro para pagar as minhas contas. Quanto ao espaço não tenho que reclamar.”,falou Dona Maria das Dores, do bairro Jardim Alvorada,usuária da casa lotérica. Durante a greve dos bancários, no mês de setembro, as lotéricas ficaram lotadas. Muitas pessoas se espalharam pelas calçadas devido a falta de espaço no local “Por ser um lugar de movimento não é necessário um espaço maior. O espaço que os funcionários têm aqui no local suporta os serviços. E até mesmo para os clientes que entram e saem a todo momento sem precisar parar por aqui.A lotérica é franqueada da CEF. Nada aqui é disponibilizado pela CEF,pagamos um aluguel a um proprietário que presta serviços para a CEF.”,afirmou Vanessa Ramos,gerente da lotérica da Av. Marechal Floriano. Em 1961, a Loteria Federal começou a ser operada pela Caixa Econômica Federal (CEF) “A Caixa dá concessão e o responsável pela lotérica tem que padronizar. Cada lotérica tem que seguir o mesmo padrão em relação a espaço. A CEF exige a marcação para deficientes (e também visual). A CEF deveria investir em loterias que tivessem um espaço maior. Isso facilitaria aos clientes a circularem melhor no local. Também falta segurança aqui. Nós recebemos uma grande quantidade de clientes por dia e sem segurança nos sentimos desprotegidas.”,afirmou Suelen Duarte,gerente da casa lotérica, na Rua José Hipólito,centro Nova Iguaçu. Em 2000 a CEF implantou o chamado “bancanização da população” com objetivo de trazer para o sistema bancário cinco milhões de pessoas que hoje não mantém qualquer vínculo com instituições financeiras “Acho que para diminuírem as filas nas lotéricas deveriam abrir lojas em outros bairros. Ajudaria muito a todos nós.”,concluiu Márcia Elias,cliente de casa lotérica.