1º de Maio, um dia de pouca comemoração e muito protesto
Salário baixo e a inflação a todo vapor. É nesse extremo que o trabalhador brasileiro vem sobrevivendo com o aumento das passagens, a cesta básica que não para de subir, a precariedade da saúde, e a educação que a cada dia se distancia mais na vida do trabalhador. A maioria dos trabalhadores não teve o que comemorar nesta quinta-feira 1º de maio, dia dos trabalhadores.
São várias as categorias em greve na cidade do Rio e na Baixada reivindicando os seus direitos: médicos,profissionais da saúde e os servidores das universidades públicas federais. Em Nova Iguaçu os vigilantes das agências bancárias iniciaram uma paralisação na sexta-feira 25, reivindicando um melhor salário e melhorias nas condições de trabalho. Já outros sindicatos filiados à Força Sindical promoveram festas em comemoração ao 1º de Maio dia do Trabalhador. O Sindicato dos Químicos de Nova Iguaçu antecipou a comemoração para o dia 27 de abril e juntos festejaram a grande final da III Copa Futsal SindiQuímica-NI. Para sabermos melhor sobre a comemoração do Dia dos Trabalhadores, o CL entrevistou alguns sindicalistas que deram a sua opinião sobre esse dia. “Não temos nada que comemorar. Os profissionais da educação enfrentam duras condições em seus locais de trabalho. Há escolas com sérios problemas estruturais, turmas superlotadas, falta de material pedagógico. Portanto, para nós, esta data é uma reafirmação das lutas dos trabalhadores ao longo do tempo. E em nosso caso,especialmente, a certeza de que lutamos somente por nossas questões específicas, mas por uma pauta mais ampla, que garanta o direito dos filhos dos trabalhadores a uma educação de qualidade.”,comentou Lidiane Barros Lobo,diretora do SEPE de Nova Iguaçu. O reflexo do desemprego no país tem sido uma das reivindicações dos trabalhadores. “O dia 1º de Maio deveria ser comemorado com mais emprego e melhorias de salários. O trabalhador está sendo achatado. A inflação está aumentando e isto não é a solução. O governo tem que sentar com os trabalhadores para discutir uma ação em conjunto. Tem que rever a melhor forma de beneficiar ambas as partes. O povo deu a oportunidade para o governo, mas ele não quis e não quer discutir uma política pública mais ampla. O povo tem reivindicado seus direitos, porém o governo faz ouvido de mercador. Enquanto o sistema não mudar não poderemos viver uma democracia plena. Continuamos na luta!”,disse Isabel Serra,vice-presidente do Movimento da Associação de Bairros (MAB) Nova Iguaçu. Segundo o Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu, para muitos o 1º de Maio é dia de festa, mas para o trabalhador é um dia sagrado. “É um dia de luta e reflexão. As centrais sindicais querem transformar esse dia num dia de festa e não é por aí. Essa política dos Partidos dos Trabalhadores é a política de retirada dos direitos. Flexibilização das leis trabalhistas. Os empresários para aumentar o lucro junto com governo, fazem uma política para as perdas de direitos. O exemplo é que o empresário é o mocinho e o trabalhador é o bandido. Estamos com o trabalhador!”,falou Paulo Roberto,diretor do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu. Para alguns partidos o Dia do Trabalhador deve ser comemorado “Nós temos que comemorar as conquistas. Na gestão de Lula e da presidente Dilma tivemos um aumento de 35% de carteiras assinadas. Na época de FHC nós tivemos 1,7% isso em 8 anos. Outra comemoração é o aumento do trabalho formal. Em 2002,a cada dez postos seis eram informais.Nós fizemos uma inversão.O fato de você criar trabalhos formais traz benefícios da proteção social.O PT privilegia a proteção social. O problema é que as empresas terceirizadas não tem preocupação com o trabalhador.”,concluiu Geraldo Bastos,presidente do PT em Nova Iguaçu.