Delegado da 52ª DP diz que é um equívoco pensar que crime é um problema apenas da Polícia
As cenas de tiros com fuzis não são mais mostradas somente no cinema. Já passaram a ser realidade na vida de cada cidadão que vive na Baixada. Nova Iguaçu virou um palco de guerra entre policiais e assaltantes. È possível presenciar os assaltos e furtos a luz do dia. A violência no centro de Nova Iguaçu e nos bairros da periferia tem deixado a população assustada. São quadrilhas rivais que estão em guerra.
Bandidos perseguidos pela policia estão saindo das áreas pacificadas da capital e estão vindo se alojar aqui. Eles têm circulado pelas ruas da região em motocicletas, com pistolas e fuzis pendurados ao corpo. A população já não sabe mais o que fazer. Com a pacificação os roubos de carros aumentaram na cidade. As pessoas não tem mais segurança para circular com os seus veículos para irem ao trabalho. Na última quinta-feira 27, o CL foi às ruas e fez uma enquête com algumas pessoas que passaram por algum tipo de violência. Para sabermos de que maneira a Policia Civil tem atuado, resolvemos durante esta semana entrevistar o Delegado da Polícia Civil de Nova Iguaçu, (52ª DP) “O aumento de roubo contra o patrimônio é quantitativo. Os crimes aqui na Baixada sempre ocorreram. Nós não tínhamos aqui armas longas nas ações e na prática delituosa. Isso evidencia uma mudança nos modos operantes dos criminosos. Os números de ocorrências aumentaram de um ano e meio pra cá. Eu sou nascido e criado na Baixada. Já trabalhei na 57ªDP,depois fui para 53ªDP, em Mesquita. Há dois meses estou na 52ª DP. Com relação a essas pessoas ociosas espalhadas pela cidade e também entorno da delegacia não é providência da policia judiciária. A questão é social. Pode até ter reflexo na parte penal,mas a questão é social. No entanto, há operações que tem sido realizadas com vistas a diminuir o crime contra o patrimônio. Para tentarmos resolver esse problema, convidamos alguns indivíduos a comparecer a 52ª DP. Na ocasião eles foram individualizados numa espécie de ação preventiva e sarqueados (levantamento da ficha criminal).”,disse Júlio da Silva Filho. Segundo o delegado da 52ª, tanto a Policia Civil quanto a Militar têm o conhecimento dos fatos delituosos que vem ocorrendo na área. “Tanto eu, quanto os demais delegados de Nova Iguaçu. Nós nos reunimos com o Coronel do 20º BPM, Almir Cabral Mendonça, para analisar a natureza das ocorrências e a mancha criminal com vistas a determinar as melhores ações no sentido de prevenir e reprimir essas atividades criminosas. Fazemos investigação em bloco dessas modalidades criminosas que são roubos a transeuntes, roubos de veículos. Reunimos essas informações e analisamos todas elas, objetivando operar os tipos de agentes que atuam nesses tipos de crimes. E como eles se movimentam, como esses grupos atuam. É um equívoco muito grande achar que a solução para este fenômeno social, que é o crime, encontra-se nas ações da polícia. São necessárias as políticas públicas no campo sócioeconômico. É preciso melhorar a infraestrutura. Investir na educação, porque é a base de tudo, e melhorar a distribuição de renda. A polícia sozinha não conseguirá nada.”,concluiu Júlio da Silva Filho,Delegado da Polícia Civil de Nova Iguaçu (52ª DP).