Professores não têm o que comemorar no Dia do Mestre
Baixos salários e mal remunerados - esse é o professor no Brasil. A falta de investimento por esse profissional tem deixado brechas na educação. Dia do Mestre, 15 de outubro, um dia especial que deveria ser comemorado com muito amor e carinho, infelizmente isto não acontece. Na Baixada, Nova Iguaçu são 125 escolas da rede municipal que atende da educação infantil ao 9º ano, além do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), e na rede estadual são aproximadamente 17 escolas. Os educadores não são valorizados principalmente pela maioria dos alunos e dos pais que não retribuem essa gratidão. É um momento importante de relembrar a importância do professor na realização de uma profissão na vida e na formação das pessoas.
Entretanto a sociedade e os governantes não valorizam este profissional que defende a sua missão ao desempenhar o seu papel como educador ensinando e motivando, em cada aluno, a serem cidadãos capazes de prosseguir com os seus objetivos e suas metas. A estrutura de um país começa pela educação, mas onde está o reconhecimento para esses profissionais? São esses professores que formam talentos e capacitam os futuros profissionais para o mercado de trabalho. Para comemorar o dia 15 de Outubro o CL entrevistou alguns professores que deram a sua opinião sobre esta data. "Comecei a lecionar em 67, no curso Facit em Nilópolis, depois me envolvi com o magistério na década de 70. Lecionei no Senai, Colégio Monteiro Lobato, Instituto de Educação de Nova Iguaçu, quando ainda não era Rangel Pestana, fiz parte da junção desta escola. Entrei para o Colégio Naval em 78 e trabalhei até 2000. Lá eu coordenava a equipe de língua portuguesa. Trabalhei 22 anos neste local. Trabalhei na faculdade Notre Dame em Ipanema. Lecionei também no Colégio Leopoldo e na Universidade Abeu. Vivenciei o magistério em uma época em que o professor era valorizado, isto entre as décadas de 70 e 80. Havia reconhecimento social porque os familiares valorizavam o papel social do professor. Atualmente o professor ficou marginalizado, perdeu a sua função de educador. Eu acredito que o dia 15 de outubro não temos nada para comemorar.",comentou Sérgio Fonseca, professor aposentado. Segundo Sérgio, o professor é uma das classes menos reconhecida neste país e que recebe um dos pisos salariais mais baixos. Para alguns educadores no dia 15 não há o que se comemorar, porque o professor sobrevive com um rebaixamento salarial, e a precariedade do trabalho. "Nós como educadores, não temos nada o que comemorar no dia 15 de outubro. Estamos vivendo uma decadência na educação, não há mais respeito pelo professor. Os valores inverteram, principalmente para os adolescentes que só sabem reconhecer os seus direitos, porém esquecem de cumprir os seus deveres. De que maneira nós vamos formar futuros cidadãos que os mesmos não sabem exercer a sua cidadania. A família não assume o seu papel e querem que os professores exerçam a função que é propriamente dela. Estamos esquecidos pela sociedade e pelos governantes. Uma das coisas que desestimula nós, educadores, são os baixos salários, a falta de respeito com o profissional, e a superlotação nas salas. Precisamos dá um basta!",concluiu José Luiz Amaro,professor.