Sindicato diz que categoria se sujeita aos baixos salários por temer desemprego
Exploração no trabalho e os baixos salários têm sido uma das reivindicações do Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu pela categoria. O final do ano está se aproximando e a Campanha de Abono de Natal 2014 já foi aprovada na última assembléia do dia 30 de setembro. As principais reivindicações são: Abono no valor de R$ 91,00;lanches aos sábados;horas extras com acréscimos de 100% e duas folgas (segunda-feira de Carnaval e quarta-feira de Cinzas). O mês de dezembro é o mês que mais aquece a economia do comércio. Neste período o comerciário trabalha mais, são horas de trabalho em pé e muitos trabalham por mais de oito horas. Os comerciários se sentem injustiçados principalmente nessa época de festas, mas eles contam com o apoio do Sindicato.
O CL esteve no Sindicato dos Comerciários de Nova Iguaçu e entrevistou Geovani Pereira Araújo, que nos falou um pouco sobre a categoria. “A nossa categoria tem uma importância muito grande porque o peso está no comércio na Baixada. O que move o centro da economia é o comércio. Como o centro está crescendo as pessoas estão indo para periferia. Há cinqüenta mil trabalhadores no comércio de Nova Iguaçu. Há 10 anos atrás havia mais contratação.Atualmente isto não ocorre porque a mecanização consumiu boa parte da mão-de-obra. Os empresários aproveitaram esta situação para rebaixar os salários e usam isso como mecanismo de chantagem com os trabalhadores que se sujeitam a receber um mísero salário, isto para não ficarem desempregados. Apesar da importância da categoria o salário não corresponde a essa importância. A média é de R$1.000,00, apesar de termos um piso mínimo que é de R$907,00. Este é o piso mínimo da categoria mas com descontos o valor diminui. Não há benefícios como: plano de saúde,ticket-alimentação e etc.. Isto não sai tão caro para o empresário, bastaria uma compreensão de cada um deles. Segundo Geovani, a maioria das lojas não dispõe de um local para os funcionários almoçarem e aqueles que levam marmita não tem como aquecer o almoço. “Existem algumas empresas que fornecem o ticket-refeição e o plano de saúde,mas infelizmente são poucas empresas e nem toda a categoria pode usufruir. O Sindicato dos Comerciários vem lutando pelos direitos das mulheres. “Essa categoria tem uma grande quantidade de mulheres com tripla função. Geralmente as mulheres engravidam e largam o emprego porque não têm com quem deixar o filho. De acordo com a nossa convenção coletiva, nós conseguimos que a mulher tenha o direito de um dia levar o filho ao médico. Isto é um absurdo! Nossa categoria tem um dos salários mais baixos. Nossa base é em maio. O Patronal pressiona para trabalhar nos feriados e o banco de horas é proibido. Estamos tentando mudar esta situação. Nós somos o único Sindicato do Rio de Janeiro e do país que não tem este tipo de acordo. Principalmente quando há datas comemorativas de supermercados os funcionários são explorados.” Final de ano é tempo de contratar funcionários. “Nós não temos controle sobre o emprego temporário, o que nós sabemos é que uma boa parte desses empregos não têm registro na carteira. Essas pessoas se sentem motivadas pelas falsas promessas. Em geral eles não recebem nem 80% de horas extras. Geralmente, após a loja fechada permanecem no local para cumprir o trabalho. Em geral não são contratados pela própria empresa,a maioria são pelas empresas terceirizadas. Como a situação configura um contrato irregular o trabalhador não recebe toda sua rescisão. O piso é de R$907,00, apesar de algumas empresas não pagarem este valor. No dia 20 de outubro foi comemorado o Dia dos Comerciários no Sítio Santa Fé, em Austin compareceram mil quinhentos trabalhadores.”,afirmou Geovani Pereira Araújo,tesoureiro da entidade.