Reforma do Ensino Médio - Aluno terá mais autonomia para a matéria de sua preferência
A preparação no corpo docente para receber a reforma do Ensino Médio tem sido uma das preocupações dos diretores, coordenadores e professores nas escolas públicas e privadas. A falta da discussão com a sociedade vem deixando os profissionais de educação preocupados com a reforma do Ensino Médio. A própria educação não foi preparada para receber esta reforma. Para alguns diretores a reforma tem o lado positivo e o outro negativo. A reportagem do CL publicou na edição de 1º de outubro a entrevista com o diretor Paulinho Leopoldo, no dia 14,o o diretor-geral Rui Carlos Ferreira,do Colégio-Curso Equipe Grau, no dia 22,o diretor do Instituto Iguaçuano de Ensino Edilton da Silva de Almeida. Nesta edição entrevistamos pelo telefone o gestor da Abeu-Colégios, André Rocha que nos falou sobre a reforma do Ensino Médio. “Entendo que de fato é necessário que esta mudança aconteça, isso já vem sido engendrado há bastante tempo.
Existe esta necessidade porque hoje nosso ensino médio está desconectado com a realidade que o mundo vive hoje. Sobretudo pela velocidade que as coisas acontecem. Nesse sentido, como ponto positivo eu vejo uma reforma que tende a dar ao estudante uma escolha para aquilo que realmente é a sua habilidade. Então o individuo ali, o estudante do Ensino Médio não vai ter que se preocupar tanto em ver matérias para ele consideradas enfadonhas, matérias chatas. O individuo que tem mais habilidade para exatas vai ter, quando a reforma for colocada em prática, quando a situação estiver efetivamente acontecendo, focar o seu estudo na área de exatas, ou na área de biológicas e saúde e assim por diante. Uma crítica que se faz em relação ao sistema que nós temos hoje é que se aprende muita coisa, porém, o aproveitamento disso é muito pequeno. Então, se a gente tem uma reforma que vai de encontro a enxugar este currículo, direcionando, mais para habilidade de cada um dos grupos, vai se ensinar menos, porém vai se ensinar o necessário. Então a gente passa a ter um currículo mais enxuto, porém muito mais associado a essa sociedade que a gente vive hoje. Uma sociedade de conhecimento com informação ao acesso praticamente de todos a partir de um clic. Então, fazendo uma síntese da situação como um todo eu vejo como um ponto positivo é reestruturar o Ensino Médio pra essa realidade que a gente tem hoje de um mundo contemporâneo,um mundo moderno, conectado. Um outro ponto positivo é própria situação do aluno poder ter as suas aptidões valorizadas, e um ponto negativo em relação a isso é que a reforma vem sendo já discutida nos bastidores há algum tempo. Agora, por outro lado essa reforma necessita ouvir uma parte muito importante e essa parte importante são os estudantes e estes serão, sim, ouvidos,mas eles serão os últimos a serem ouvidos mas começam a serem ouvidos a partir desse momento. Eles precisavam ser ouvidos antes e por isso é que temos uma idéia assim de uma imposição de cima para baixo. Essa é uma situação também que preocupa um pouco e o fato também da reforma ter sido aí colocada em prática em forma de medida provisória, o que é também uma situação que causa um pouco de estranheza e um pouco de preocupação. Um último ponto: eu particularmente como educador de mais de vinte anos de estrada e crítico na reforma é o fato de que ela tem que acontecer? Sim, porém esses processos são processos que devem começar pela base que seja base do Ensino Médio, a partir do primeiro ano e essa reforma esta começando de cima para baixo”,disse André. Segundo André,falta estrutura para a educação receber a reforma do Ensino Médio. “Nos moldes que nós temos hoje em nosso país infelizmente não. Nós não temos uma estrutura que atenda esta situação principalmente se a gente considerar uma relação entre teoria e prática. Fala-se de uma reforma para levar em consideração uma iniciação desse jovem no mercado de trabalho, mas a escola não está preparada neste sentido principalmente quando nós falamos a respeito de mão-de-obra. Ela é preparada num modelo bastante tradicional. Nós temos aí professores formados no século XX atendendo alunos que nasceram no século XXI de uma geração que ela é completamente diferente da geração dos educadores que estão a frente desses alunos hoje. Então existe um descompasso nesse sentido eu vejo isto como um problema,um obstáculo”,concluiu André Rocha,gestor da Abeu-Colégios.