A atual reforma do Ensino Médio requer uma boa dose de reflexão
Sem a participação da sociedade civil pelo presidente Michel Temer (PMDB) a medida provisória que irá mexer na estrutura do Ensino Médio a partir de 2017. Uma das mudanças é que irá aumentar o tempo de permanência dos estudantes na escola e a grade de disciplinas será reduzida. Somente as disciplinas língua portuguesa, matemática e inglês são obrigatórias durante os três anos. Nas edições do dia 1º e dia 8 de outubro, a reportagem do CL entrevistou os diretores Paulinho Leopoldo, do Colégio Leopoldo, e Rui Carlos Ferreira,diretor-geral do Colégio-Curso Equipe Grau que nos falaram sobre a reforma do Ensino Médio.
Nesta edição nós fomos entrevistar Edilton da Silva de Almeida, diretor do Instituto Iguaçuano de Ensino. “Pensar a atual reforma do Ensino Médio requer uma boa dose de reflexão. Reflexão que nos leva obrigatoriamente a pensar as dezenas de reformas propostas ao longo dos últimos 30 anos. A atual proposta para o Ensino Médio parece complexa e irreal, pelas condições que temos, pelo intento de fazê-la por uma medida provisória e pela ausência da participação daquelas que convivem o dia a dia dentro do ambiente escolar. É tão desejável quanto tardio propor ensino integral,ao modo dos melhores países em educação;é tão necessário quanto urgente, adequar e atualizar currículos;tão fundamental quanto imprescindível manter os jovens na escola, e prepará-los para a vida, o trabalho e para a continuidade dos estudos. Se olharmos atentamente, todas as reformas das últimas décadas, revelam-se saídas apressadas e pouco consistentes, que surgem em momentos em que parece não haver mais tempo para esperar por soluções, que na verdade deveriam nascer de cuidadosos planejamentos e investimentos. Ensino de qualidade com possibilidade de formação técnica, em escola com infraestrutura que dê condições de trabalho ao professor. Fruto de investimento sérios, é o que todos esperamos e desejamos como um direito dos cidadãos. Segundo Edilton, o fundamental é trazer para o centro do debate, a saída de um modelo universalista ,abstrato e pouco significativo, para um modelo reducionista e pobre, que propõe a possibilidade de diminuir as disciplinas como filosofia,a sociologia ,a literatura e as artes. O que fica claro no momento é que, mais uma vez, não teremos mudanças importantes e eficazes sem levar em conta a situação do ensino e seus índices, as necessidades dos alunos, a experiência dos professores e um projeto educacional para a nação brasileira que transcenda a esse ou qualquer futuro governo”,concluiu Edilton da Silva de Almeida,diretor do Instituto Iguaçuano de Ensino.