Coordenadoria de Direitos Humanos registra 14 desaparecidos por dia na Baixada
Angústia, tristeza, desolação para as famílias que sofrem com desaparecimento de um filho, tio, prima ou até mesmo um amigo. A Baixada Fluminense tem vivido essa realidade a cada dia. As famílias da Baixada, principalmente em alguns bairros de Nova Iguaçu como Miguel Couto, Austin, Vila de Cava entre outros se sentem impotentes por não saber o que fazer quando isso acontece. Cadê as políticas públicas? No dia 24 de maio, às 19h, Jovita Belfort, esteve na Unopar de Nova Iguaçu para palestrar sobre pessoas desaparecidas e ressaltar sobre a importância dos Direitos Humanos para toda a sociedade.Ela é Coordenadora de Pessoas Desaparecidas na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Direitos Humanos do Rio de Janeiro.Seu objetivo é palestrar nas universidades,escolas,secretarias municipais e outras repartições. Mãe de Vitor Belfort (lutador de MMA) e Priscila Belfort (que despareceu em (09/01/2004),Jovita,resolveu abraçar essa causa e a mais de 15 anos é militante desde o desaparecimento de sua filha tem recebido convites para palestrar na Baixada. Segundo ela, em média, desaparecem quatorze pessoas por dia na Baixada Fluminense. Para entender melhor sobre esse tema sobre Pessoas Desaparecidas e Direitos Humanos a reportagem do CL entrevistou Jovita Belfort pelo WhastsApp, muito receptiva e atenciosa. “Sabemos que muitos problemas sociais e direitos humanos existem na Baixada e podemos falar no Brasil, mas se tratando da Baixada as violações são permanentes, praticamente diárias,os números sempre muito grandes. Eu falo em nome de desaparecidos, que infelizmente são 14 por dia na Baixada. A maneira que eu encontrei de trabalhar esse tema é indo para a Baixada. Fazendo eventos, trazendo o tema para as faculdades. Fazendo encontros com os secretariados para fazermos operações pra gente ter um fluxo e ter cooperações. Enfim,estreitando os laços e trazendo para a própria Baixada a solução e não deixando no Estado a solução,mas sim capacitando o próprio município para ele ter a solução. Então,todos os mecanismos que o Estado tem a gente oferece principalmente a capacitação dos agentes que podem melhorar esses números de violações, não só desaparecimento,tráfico de pessoas, a questão da religião, ou seja,todas essas questões quando você tem uma violação para o ser humano. E quanto assistência social, que não é a minha área, acho que seria a mesma solução”,comentou Jovita. Segundo ela, os eventos que eram realizados na cidade também estão sendo trabalhados na Baixada. “O que eu venho fazendo é levar os eventos que antigamente só existiam na capital. Como a questão do Carnaval e a identificação das pessoas, a capacitação dos agentes foi um sucesso e os resultados já começam a aparecer. O tema já está sendo falado e a população tem pedido um novo evento. Nós temos ido aos municípios para entender que cada município tem a sua particularidade e seu problema maior”,comentou a Coordenadora de Pessoas Desaparecidas. A aproximação com o município tem sido um trabalho positivo, segundo Jovita, “Esse trabalho começou no inicio do governo.É uma política de estado, é uma municipalização para capacitar os municípios para eles não só receberem, mas desenvolverem a sua política de acordo com as suas necessidades”. Uma coordenadoria nova apoiada pelo governador do Rio Wilson WItzel. “O governador Wilson Witzel não só apóia como é uma política dele. Essa coordenadoria é nova e inédita no Brasil sobre desaparecidos. É um tema com números alarmantes, mas totalmente debaixo do tapete como política e não se fala nisso, é uma coisa totalmente invisível” Segundo ela, chamar a atenção da sociedade para os direitos humanos é indo aos lugares falando sobre o tema e mostrando que direitos humanos são para toda a sociedade e para todos os humanos. “O que eu acho importante é trazer esclarecimento. Você só pode falar de um assunto se você tiver conhecimento sobre dele. O que a gente quer é entrar nas faculdades, nas escolas e estar dentro das secretarias municipais e dos municípios trazendo capacitação. Depende dos municípios fazer esses eventos chegarem à sociedade como foi na Unopar que foi uma beleza. Nos propomos a fazer e esperamos ser chamados.Eu espero que Nova Iguaçu abrace os direitos humanos e estamos aí em Nova Iguaçu para o que precisar”, concluiu Jovita Belfort.